segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

SWAPS DO RISCO DA LONGEVIDADE: £10 BILHÕES EM 2010

De Londres, Reino Unido.

Os negócios envolvendo swap do risco de longevidade decolaram no quarto trimestre de 2009. Foram completadas apenas seis operações até o final do ano, mas de acordo com o relatório publicado pela Hymans Robertson intitulado Managing Pension Scheme Risk (Gerenciando o Risco de Planos de Previdência), o valor envolvido foi da ordem de £4.1 bilhões.

Após um bem sucedido segundo semestre no ano passado, as estimativas da Hymans Robertson apontam para um boom do mercado de swaps do risco de longevidade. Espera-se que esse mercado cubra passivos superiores a £10 bilhões em 2010.

Há rumores de que a BMW abra nesse ano a temporada de novos negócios de terceirização do risco de sobrevivência em planos de previdência.  A empresa estaria negociando com a Abbey Life, o Deutsche Bank e a Paternoster um swap cobrindo passivos de cerca de £2.5 bilhões, representados pela longevidade.

Além desse negócio, acredita-se que a Premier Foods esteja negociando a terceirização de passivos do plano da Rank Hovis McDougall, no montante de £2 bilhões.

Simon Gadd, Diretor Geral de Annuities da L&G (Legal & General) uma seguradora londrina que está entrando nesse mercado, declarou: “Devido ao tempo e recursos requeridos para análise de um contrato, o que inclui a colateralização e condições de saída, as transações nesse mercado envolverão, tipicamente, os maiores fundos de pensão. Como resultado, esperamos que os volumes de negócios envolvendo o risco da longevidade oscilem consideravelmente”.

A Hymans Robertson informou, ainda, em seu relatório, que dois outros grandes negócios de terceirização do risco da longevidade ultrapassando a casa de £1 bilhão são esperados para o primeiro semestre de 2010. Se apenas as quarto transações apontadas acima vierem a se concretizar, já somarão negócios próximo a £6,5 bilhões, ultrapassando os £4,1 bilhões fechados em 2009.

As grandes multinacionais tem mostrado interesse crescente na securitização  do risco de longevidade de seus planos de previdência. Querem evitar problemas como aqueles enfrentados pela BT que viu o preço de suas ações despencar recentemente. Tudo por causa das dúvidas levantadas pelo órgão regulador britânico. Este colocou em dúvida o tamanho real do déficit do plano de previdência complementar da empresa ao questionar as hipóteses adotadas nos cálculos.

James Mullins, Gerente Sênior de Gestão de Passivos da Hymans Robertson disse que: “A longevidade é vista como um dos maiores riscos não-gerenciáveis enfrentados pelas empresas. Deveremos ver mais e mais companhias listadas entre as 100 maiores pela FTSE, fechando negócios de transferência de risco para seus fundos de pensão durante 2010 e além. Eu não ficaria surpreso em ver algumas instituições financeiras nessa lista”.

Porém, conforme Mullins bem lembrou, o maior obstáculo na precificação dos negócios de hedging da longevidade é exatamente a previsão correta da expectativa de vida de determinada população, cujas características são únicas dentre cada grupo de participantes.

Se você teve chance de ler o post publicado aqui nesse espaço no dia 3 de fevereiro que passou, cujo título é “Supercentenários – Vivendo após os 110 anos”, perceberá que as transações envolvendo hedging e swaps de longevidade dependem de algumas respostas que a ciência ainda não é capaz de fornecer.

Vamos observas com lupa esse negócio nascente. Se os órgãos de fiscalização do sistema financeiro mundo afora não foram capazes de mapear a bomba-relógio das hipotecas imobiliárias, você acha que terão a mínima condição de antecipar se o mercado de swaps da longevidade é saudável….

Forte abraço,
Eder.

Fonte: Investments & Pensions Europe - Nyree Stewart

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