Você gosta de um bom show de mágica? Um mágico profissional é capaz de criar ilusões mentais incríveis.
Apesar de não percebermos, nosso cérebro faz o mesmo conosco o tempo todo. De que outra forma conseguimos trocar, em questão de segundos, nossos objetivos de poupar para a aposentadoria por gastos imediatos no cartão de crédito?
“Agora você vê ... agora não...”
Nosso cérebro nos prega peças constantemente, mas ao entender como funcionam nossos pensamentos, podemos usar o fenômeno da ilusão mental a nosso favor. Usado corretamente, elas podem nos ajudar a criar hábitos saudáveis e nos levar a atingir objetivos importantes.
Lua cheia e círculos laranja
Você notou a lua cheia da noite passada? Quando a lua está próxima do horizonte, geralmente parece muito maior do que quando está lá no alto no céu. Isso tem desafiado as pessoas por décadas, mas é apenas uma ilusão.
A lua nunca muda o seu tamanho real e a distância que fica em relação a terra é praticamente constante.
Quando a lua está perto da linha do horizonte, nosso cérebro leva em consideração sua proximidade com a terra, então a lua parece enorme. Alta no céu, sem pontos de referência para comparação, a lua aparece em nossa retina muito mais próxima do seu tamanho real.
Outro truque interessante: na figura ao lado, o círculo laranja parece muito maior no lado direito do que no lado esquerdo, apesar de ser exatamente igual nos dois casos! Você pode até medir para ter certeza.
Da mesma forma que a lua, nosso cérebro compara os círculos laranja com as figuras em volta, usando-as como pontos de referência para determinar os tamanhos relativos.
Mesmo sabendo que o tamanho da lua e dos círculos laranja são ilusões, nosso cérebro tem dificuldade em aceitar isso. Como podemos usar esse fenômeno em nosso favor para melhorar nossa poupança para a aposentadoria?
O problema com a “contabilidade mental”
Contabilidade mental tem a ver com a forma como pensamos sobre dinheiro. Tendemos a agrupar o dinheiro em diferentes categorias mentais dependendo dos objetivos, rotulando-os em nossas mentes.
Por exempo, dinheiro para compras no supermercado, dinheiro para emergências, dinheiro para o bingo etc...
Do ponto de vista racional, um real é um real, não importa como o recebemos ou como o gastamos. Mas nossos cérebros aceitam a ilusão que criamos para nós mesmos, com a contabilidade mental.
Eis como essa ilusão da contabilidade mental pode nos distanciar de nossos objetivos de poupar para a aposentadoria:
• É mais fácil torrar uma herança que recebemos ou um prêmio de loteria, do que o dinheiro suado que ganhamos trabalhando. Devoluções do imposto de renda e bônus, também podem ser gastos sem dor na consciência
• Sentimos menos culpa em gastar com o cartão de crédito do que em gastar dinheiro vivo. O primeiro parece menos palpável
• Somos mais inclinados a gastar os dividendos de nossas ações do que vendê-las para usar o dinheiro
Será que o dinheiro mencionado nas situações acima é “grátis”? A economia nos ensina que, não importa a origem, qualquer dinheiro tem o mesmo valor. Já nosso cérebro pensa diferente...
Usando as ilusões mentais a seu favor
Embora possa nos levar a gastar sem perceber, a contabilidade mental pode nos ajudar a economizar. Por exempo, somos menos inclinados a gastar dinheiro que rotulamos de “poupança para a aposentadoria” ou “economia para pagar a faculdade das crianças”, do que dinheiro para comprar uma "TV 3D de Leds".
Da mesma maneira, pessoas que economizam demais e perdem a oportunidade de aproveitar a vida no presente, podem designar uma conta como “diversão” ou “ presente para eu mesmo”, como um incentivo para viver um pouco melhor.
Aqueles com um parente idoso ou bisavós que tenham passado pela grande depressão ou por uma grande guerra, provavelmente notaram sua tendência por uma vida extremamente frugal.
A contabilidade mental pode ser uma excelente maneira de exercer auto-controle. Podemos usá-la a nosso favor, como um truque para criar bons hábitos e nos levar a fazer a coisa certa.
Orçamentos são ótimos para a contabilidade mental, porque sabemos que gastaremos um pedaço do bolo com alimentação, outra com transporte e assim por diante. Ao separar recursos para cada categoria específica, conseguimos pagar as contas e poupar, evitando que todo o contra-cheque desça pelo ralo....
Então, dedique algum tempo para tentar entender como você mesmo encara mentalmente o dinheiro. Depois, use a mágica a seu favor!
Forte abraço,
Eder.
Fonte: Adaptado do artigo “Mind Your Money: Mental Accounting”, escrito por Michael Goldman da Wealth Gathering LLC.
Crédito de imagem: www.wealthgathering.com
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