De São Paulo, SP.
O sucesso é mais doce do que o fracasso, mas parece que o fracasso é de longe um melhor professor e as organizações que falham espetacularmente, com freqüência, são as que mais florescem no longo prazo.
É o que mostra um estudo feito por Vinit Desai, Professor Assistente de Administração na Denver Business School da Universidade do Colorado.
A pesquisa do Prof. Desai, publicada no Academy of Management Journal, se concentrou em empresas que lançam ao espaço satélites, foguetes e ônibus espaciais – uma área onde as falhas são de grande impacto e difíceis de conceber.
Trabalhando com o também Professor Assistente de Administração, Peter Madsen, da BYU School of Management, o Prof. Desai descobriu que as organizações não apenas aprendem mais com os fracassos do que com os sucessos, mas que também retém por mais tempo o conhecimento adquirido.
"Descobrimos que o conhecimento adquirido com o sucesso é mais efêmero, enquanto o conhecimento advindo do fracasso fica presente por anos. Mas há a tendência das organizações ignorarem os fracassos ou não colocarem foco neles. Gerentes podem despedir as pessoas ou trocar toda a força de trabalho ao invés de tratar a falha como uma oportunidade de aprendizagem", disse ele.
Os pesquisadores descobriram que o aprendizado das organizações com o sucesso foi de “pouco significado“.
O Prof. Desai e sua equipe compararam os vôos dos ônibus espaciais Atlantis e Challenger. Durante um vôo do Atlantis, em 2002, um pedaço de espuma de isolamento se soltou e danificou o foguete esquerdo de propulsão, mas não impediu que a missão ou o programa espacial continuassem. Houve pouco acompanhamento ou investigação posteriores.
O Challenger foi lançado em seguida e outro pedaço de espuma isolante quebrou e se desprendeu. Só que dessa vez o ônibus espacial explodiu e seus sete tripulantes foram destruídos.
O desastre suspendeu os lançamentos dos ônibus espaciais e levou a uma grande investigação que resultou em 29 recomendações de alteração para prevenir futuros acidentes.
A diferença nas respostas envolvendo os dois casos, disse o Prof. Desai, é que o Atlantis foi considerado um sucesso e o Challenger um fracasso.
"Quando há um fracasso, a empresa é levada a buscar soluções e quando você procura por soluções isso faz com que você, como executivo, tenha uma outra visão das coisas”, completou o Prof. Desai.
Na indústria de aviação, exemplificou, as pesquisas mostram que as companhias aéreas mais antigas, aquelas mais experientes e que cometeram mais falhas, tem um número menor de acidentes.
O Prof. Desai, obviamente, não incentiva o fracasso como forma de se aprender. O que ele recomenda é que as organizações analisem os pequenos fracassos e as falhas menores para obter informação útil, ao invés de ficar esperando que uma grande falha aconteça para aprenderem algo relevante.
"Os líderes organizacionais não devem nem ignorar as falhas nem estigmatizar aqueles envolvidos nos fracassos, eles devem tratar as falhas como inestimáveis oportunidades de aprendizagem, encorajando a troca de informações de forma aberta e transparente sobre as mesmas”, concluiu.
Então, antes que você atinja a fase de aposentadoria e descubra que não economizou o suficiente, analise onde foi que falharam as pessoas que sofreram com esse problema.
Você pode aprender mais com elas do que com as que não tiveram problema de renda na aposentadoria, afinal, essas últimas são difíceis de achar já que devem estar tomando whisky no Caribe.....
Forte abraço,
Eder
Um comentário:
Muito bom Eder!
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