quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Os participantes dos planos de previdência estão preparados para o risco, não para a incerteza!

De São Paulo, SP.

Risco ou Incerteza?

Em 1916 Frank Knight era um estudante de doutorado da Universidade de Cornell nos EUA e estava trabalhando na sua dissertação.

Publicada mais tarde com o título de “Risk, Uncertainty & Profit” (Risco, Incerteza e Lucro), a tese de doutarado levou Knight à fama por ter feito o que se reconhece hoje como a distinção entre risco e incerteza.

De acordo com Knight, risco é um evento aleatório cuja probabilidade de ocorrência pode ser conhecida. O risco pode ser mensurado e pressupostamente, gerenciado.

Knight definiu incerteza como um evento aleatório com probabilidade de ocorrência desconhecida. Como esses “riscos desconhecidos” não podem ser medidos, eles certamente não podem ser gerenciados.

Nota: Evento aleatório é qualquer coisa deixada de fora depois que nós pensamos em  tudo o que pode ocorrer.

O trabalho de Knight lançou as fundações para a maneira pela qual se lida com riscos hoje no setor financeiro e de seguros.

Gerenciando Riscos versus Incertezas

Baseado no trabalho de Knight, quando falamos de gerenciar riscos estamos nos referindo a administrar eventos aleatórios com probabilidades conhecidas.

No mundo estéril das finanças modernas e dos investimentos dos fundos de pensão, risco é igual a volatilidade. Assume-se, portanto, que o espectro de possíveis resultados para os investimentos fica praticamente fixo dentro de uma distribuição normal (curva normal).

Se conhecemos e podemos medir, então, assume-se que se pode gerenciar os riscos. Mas no mundo real existe a incerteza.

De fato, para um participante de plano de previdência complementar o maior risco nos investimentos da sua poupança voltada para a aposenatdoria é a incerteza. Ou seja, aquilo que o administrador dos ativos do plano deixa de fora depois de pensar que pensou em tudo.

Os participantes de planos de previdência pensam que risco e incerteza é a mesma coisa. Quando decidem investir em um PGBL, VGBL ou em um fundo com alocação em renda variável (ações) eles pensam em risco de uma forma geral e não como uma idéia acadêmica abstrata.

Será que eles tem a exata noção de que existem os (eventos) desconhecidos (que são) desconhecidos? Será que sabem que o conjunto limitado de dados históricos sobre os investimentos não representa todos os possíveis retornos?

A diferença na forma de comunicar o significado do risco, leva os participantes a pensarem que os gestores dos investimentos de seus planos de previdência jamais submeterão sua poupança a uma grande perda.

Mas isso é algo que eles simplesmente não podem garantir.

Não é que se esteja ignorando as modernas ferramentas de gestão de riscos e os conceitos de prudência adotados pelos gestores de investimentos de fundos de pensão e seguradoras.

O ponto aqui é a forma como se comunica ao participante a realidade sobre os possíveis impactos da incerteza em sua poupança de aposentadoria.

Conversas abertas e francas sobre a natureza do risco e da incerteza enfrentados pelos gestores dos investimentos quando tomam decisões, podem ajudar bastante o participante a estabelecer expectativas mais realistas.

Os participantes precisam entender que mesmo após se considerar toda a prudência possível nos investimentos dos recursos de seu plano de previdência complementar, o futuro continua incerto....

Grande abraço,
Eder.

Fonte: Adaptado de artigo de Carl Richards publicado em MorningStar.com (Which Risk Are You Managing?)

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