terça-feira, 28 de setembro de 2010

A força da ignorância – Usando Tom Sawyer para convencer os jovens a poupar para a aposentadoria


De São Paulo, SP.

Se o desespero é a mãe da inovação, então a ignorância deve ser o pai. Nos estágios iniciais de um novo negócio, a proteção contra influências externas pode ser um estímulo poderoso para a criatividade e inovação.

Por quê? Pelo mesmo motivo que as idéias mais criativas e empreendedoras surgem, com frequência, por iniciativa de pessoas mais jovens.

Sabedoria e experiência ajudam uma empresa a crescer e a se manter, mas gerar novas idéias requer uma certa dose de ingenuidade. No contexto do empreendedorismo e geração de idéias, ignorância equivale a mente aberta.

Uma mente vazia é uma mente aberta – vazia de viés, vazia de experiências passadas e vazia de críticas externas. Estar protegido de influências externas permite que dois traços empreendedores vigorem: criatividade e convicção. O primeiro é o mais importante nos estágios das grandes definições iniciais de uma empresa e esse último é vital para mobilizar a equipe para realizar as tarefas, com excelência.

Melhor geração de idéias

Existem dois tipos de empreendedores bem sucedidos: (i) aqueles que, cientes das limitações, enfrentam as dificuldades e como resultado se tornam mais criativos; e (ii) aqueles que não tem conhecimento de suas dificuldades nem da realidade externa e por isso, geram idéias livremente. 

O do segundo tipo são especialmente capazes de desenvolver uma paixão fanática pelas suas idéias. Se você conseguir libertar sua mente das barreiras e das opiniões externas, novas idéias fluirão mais rápido e você se tornará mais acertivo nas suas ações. Trabalhar na geração de idéias com otimismo incontrolável, dá chance para o surgimento de novas formas de pensar.

Melhor realização através da convicção

Uma execução bem sucedida é devida em grande parte à priorização racional e um planejamento cuidadoso. Mas, se a excelência na execução tem um espírito, sua energia provêm da convicção. Alinhar as pessoas a uma idéia requer uma crença absoluta na visão de quem está por trás dela. É mais fácil ter essa convicção, obviamente, quando você não sabe das milhares de maneiras que uma idéia pode dar errado e falhar. Ninguém perde o sono com algo que desconhece!

A ignorância promove uma convicção livre de medos, que inspira e motiva os membros da equipe responsáveis pela execução. Empreendedores sabem que entram em situações onde as estatísticas lhe são desfavoráveis, mas a racionalidade é suplantada pela convicção que eles tem na possibilidade de sucesso.

A convicção é altamenhte contagiosa e as pessoas que a “pegam” podem e irão executar uma idéia com maior intensidade e senso de objetividade dos respectivos papéis. Abraçar a ignorância de alguém não sugere que este deva permanecer ignorante para sempre.

A chave é saber reconhecer os momentos críticos da trajetória de um negócio, nos quais as idéias devem ser tratadas como uma “folha em branco”.

Na fase de concepção do negócio e em determinados pontos de inflecção no crescimento, o tipo certo de ignorância é sempre benéfico...

Tom Sawyer e a poupança dos jovens para a aposentadoria

Qual a relação disso com a poupança dos jovens para a aposentadoria? Bem, podemos ilustrar essa relação com uma passagem das “As Aventuras de Tom Sawyer”, que mostra o poder dos jovens quando são convencidos de algo.

Tom Sawyer é a personagem principal dos livros infantis escritos por Mark Twain (1835-1910), considerado o pai da literatura americana moderna.

Ele é um garoto que vive com a tia Polly e o irmão Sidney numa pequena cidade nas margens do rio Mississippi, nos Estados Unidos da América, no século XIX. Esperto, Tom e seu amigo Huckleberry Finn metem-se nas mais incríveis peripécias.

Numa das histórias, a tia Polly pede que Tom pinte a cerca de madeira ao redor da casa, antes de ir brincar com os amigos. Uma tarefa certamente chata para garotos de 12 anos, para quem a diversão sempre vem antes da obrigação.

Tom, então, começa a pintar a cerca e a cantarolar bem alto, como se estivesse a fazer algo super divertido e prazeroso. Os amigos dele começam a chegar e o chamam para brincar, mas Tom diz que não quer ir porque já está se divertindo muito.

Os colegas, com certa inveja, pedem para Tom deixá-los a pintar um pouco a cerca. Ele os deixa pintar, mas começa a cobrar dos amigos, afinal, está proporcionando um prazer a todos. No final, Tom fica apenas olhando vários de seus amigos pintando a cerca e embolsa uma grana inusitada.

Convencer os jovens a poupar para a aposentadoria não é um desafio muito diferente disso. Os jovens tem a mente aberta, sem o preconceito dos mais velhos de que economizar é coisa chata e deve ser deixada para depois.

Então, se o ato de poupar para a aposentadoria lhes for apresentado como algo “divertido”, eles não só pouparão, como também ajudarão a convencer os amigos.

Forte abraço,
Eder



Fonte: Adaptado do artigo "The Power of Ignorance", publicado na Harvard Business Review por Anthony Tjan

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