segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Série Neurociência & Previdência – Histórias, letras e divulgação eficaz de planos


De São Paulo, SP.

Nosso cérebro adora histórias. Existem evidências biométricas provando o que os melhores palestrantes talvez já saibam: contar uma história captura a atenção da platéia.

Durante um congresso sobre propaganda nos EUA, uma parte da platéia foi atada a cintos especiais, em volta dos quadris, que permitiam o monitoramento em tempo real de múltiplas variáveis biométricas.

Os dados obtidos pela Innerscope Research foram usados para estimar o grau de atenção da platéia durante as apresentações feitas nas diversas sessões do evento. O resultado mostrou que os palestrantes que mais atrairam a atenção foram aqueles que CONTARAM UMA HISTÓRIA.

De acordo com o Dr. Carl Marci – CEO e Cientista Chefe da Innerscope Research “Grandes histórias, bem contadas, videos atraentes e mensagens simples que ensinam e transmitem alguma lição para as pessoas, consistentemente prenderam a atenção e aumentaram o nível emocional da platéia durante as apresentações”.


Existem incontáveis exemplos de referências que reforçam a estratégia da história nas apresentações. Apenas para citar algumas:

* Avoiding Death by Powerpoint, the Neuro Way – Roger Dooley
* Tell a Story to Begin a Speech – Chris Witt em Life after PowerPoint!
* Story Telling vs. 10,000 Years of PowerPoint - Shel Israel em Global Neighbourhoods
* Ira Glass: Tips on storytelling - Garr Reynold em Presentation Zen
* Tell A Story and Make Your Presentations More Powerful! Em PresentationTree
* Tell a story, or where’s the point in all this? - Claudyne Wilder emt EllenFinkelstein.com

Mesmo que contar uma história para atrair a atenção do público para sua apresentação ou discurso, tornando-os mais atraente, não seja uma novidade para você, é sempre bom saber que esta estratégia foi confirmada por dados biométricos obtidos em apresentações reais.

Por outro lado, se você quer que as pessoas se lembrem da informação que estás apresentando, você deveria usar uma fonte (tipo de letra) fácil e simples de ler ou uma mais complicada e difícil de ler?

A maioria das pessoas ficaria com a simplicidade, afinal, sabemos que os tipos de letra mais simples são fáceis de ler. Surpeeendentemente, no entanto, aqueles que optaram por simplicidade estão errados.

Um estudo da “Princeton University” comparou a retenção das informações de um curso pelos estudantes, quando apresentadas em material escrito tanto com letras simples quanto com letras mais complexas. Descobriram que a retenção era significativamente melhor com as letras complexas.

Porque isso acontece? Aparentemente o esforço adicional requerido para se ler as letras complexas (também chamadas de “fontes disfluentes”) levam a um processamento mais profundo da informação e por conseguinte a uma melhor retenção do que se lê.

O tipo de letra simples testado no estudo foi a “Arial” e os tipos complexos foram a “Comic Sans Italic, Monotype Corsiva e Haettenschweiler” (veja na figura abaixo).


O estudo “Fortune favors the Bold (and the Italicized): Effects of disfluency on educational outcomes”, produzido por Connor Diemand-Yauman, Daniel M. Oppenheimer e Erikka B. Vaughan, foi conduzido com o objetivo de melhorar a retenção nos ambientes de ensino.

Mas o mesmo conceito pode ter aplicações em outras áreas, como o marketing. Se você quer que um leitor lembre de alguma coisa – seja um número de telefone, ou uma vantagem-chave do seu produto comparado ao dos concorrentes – forçar o cérebro dele a trabalhar um pouco mais para ler sua mensagem pode levar a uma memória mais persistente.

Isso não significa que você tenha que sair por aí elaborando longos textos de anúncios, por exemplo, com a letra “Monotype Corsiva”.

Sabemos que as fontes disfluentes requerem um grande esforço dos leitores e fazê-los ler um denso bloco de texto escrito com uma letra muito complexa pode dissuadí-los até mesmo de tentar ou começar a ler.

Ou então ele pode começar a ler e desistir no meio do caminho, algo que não aconteceria com uma letra mais simples.

Usada parcimoniosamente, porém, apenas em algumas frases ou partes do texto, uma fonte difícil de ler pode ser o caminho para aumentar a retenção de informações importantes.

Aplicações em previdência complementar? Inúmeras. Perdi a conta de quantas apresentações já fiz para divulgar novos planos de aposentadoria, para comunicar mudanças de plano, para apresentar resultados para Conselhos e Diretorias e para muitas outras finalidades.

Da próxima vez que você tiver uma apresentação para fazer, comece com uma histórinha e chame a atenção para as mensagens-chave fazendo uso de fontes disfluentes.

Forte abraço,
Eder.


Fonte: Adaptado dos artigos Story Power in Presentations e Fancy Fonts Boost Recall de Roger Dooley.
Crédito de imagem: http://www.futurelab.net/sites/default/files/upload/presentation-story.jpg

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