De Sāo Paulo, SP.
O futuro não pede passagem, não dá um tempo para você se preparar, não está preocupado com o que você pensa sobre as inovações trazidas pela tecnologia, ele simplesmente acontece.
A proibição recente dos fundos de pensão investirem em cryptoativos - ou ativos virtuais, como escrito na Resolução CMN 5.202 já que tecnocratas adoram inventar terminologias - coloca em risco a sustentabilidade futura dos fundos de pensão.
Por quê?
Vamos começar mostrando a disuptura prestes a acontecer com a substituição de meios de pagamento tradicionais por stablecoins e voce logo vai fazer a ponte com o que pode acontecer com fundos de pensão.
Um futuro sem Visa e sem Mastercard
Trilhões de dólares em receitas anuais de administradoras de cartões e bancos, usados como meios de pagamentos, estāo sob risco.
A ameaça? A revolução das stablecoins está chegando nas corporações.
A Amazon quer ter seu próprio dinheiro, a Walmart também e isso nāo tem nada a ver com cryptomoedas, tem simplesmente a ver com controle.
Amazon e Walmart estão preparando, discretamente, suas próprias stablecoins lastreadas em dólares e se isso funcionar, o sistema financeiro como o conhecemos será obliterado.
Imediatamente.
Por quê?
Porque todo ano esses gigantes queimam bilhões de dólares em taxas de administração pagas para as administradoras de cartões.
Faça a conta: 2% de taxa de administração sobre US$ 1 trilhāo em receitas. Isso equivale a US$ 20 bilhões jogados pela janela pelo comércio.
Agora imagine que eles tenham suas próprias moedas, seu propro dinheiro:
Sem ter que usar redes e sistemas de administradoras de cartões;
Sem esperar 3 dias para receber o $$$ do cliente;
Sem intermediários.
Apenas o fluxo de caixa, instantâneo, globalmente, 24 x 7 x 365.
Líquido;
Programável;
Sob controle.
E aqui vai uma dica:
Se Amazon e Walmart lançarem suas stablecoins, todas as empresas da Fortune500 seguirão a tendência e farāo o mesmo!
✅ Moeda do McDonalds;
✅ Token de pagamento do Starbucks;
✅ USDC da Apple
✅ Tesla Chain
Acha loucura? Nāo, nāo é.
Disseram a mesma coisa quando surgiram os títulos de renda fixa privados – títulos de dívida, tipo debêntures, emitidos por empresas para financiar suas operações, expansões ou outras necessidades de capital.
Ou quando surgiram os programas de fidelidade, com pontos que funcionam como créditos acumulados que podem ser usados pelas pessoas para compras ou ser trocados por benefícios, como descontos, produtos, serviços e experiências.
Ou quando surgiram as empresas de financiamento das próprias lojas …
As grandes corporações se cansaram de compartilhar parte de sua receita com terceiros. Elas querem ter sua própria infraestrutura.
Enquanto os órgãos reguladores resistem, esperneiam, ficam perdidos, a maré vai subindo.
Jeff Bezos e os executivos do Walmart vāo reescrevendo o futuro do dinheiro. Isso nāo tem a ver com descentralização, tem a ver com centralização em nível corporativo.
Visa e Mastercard devem estar apavorados, os bancos devem estar suando. E as empresas que lidam com meios de pagamento? Deveriam começar a estudar stablecoins ... ou se preparar para serem enterradas.
Estamos assistindo ao vivo, em tempo real, ao fim do sistema financeiro tradicional. Nāo com um big-ban, mas sim com tokens (dinheiro) das marcas.
E deixe-me te dizer uma coisa, isso é apenas o começo. Assim que uma empresa lançar sua moeda própria, o resto vai seguir o mesmo caminho.
Stablecoins e CBDCs
Stablecoins já movimentam mais de US$ 1 trilhão por mês.
Nāo sāo para comprar café, sāo para transações comerciais, arbitragem, fluxo de caixa institucional, transferencias internacionais.
Por quê? Porque empresas querem liquidez 24 x 7 x 365, querem transações instantâneas e alcance global.
Menos de 10% do volume de transações com stablecoins vem do varejo. Corretoras, carteiras digitais (wallets) e fintechs estāo usando stablecoins para:
Remessas internacionais;
Pagamento à comerciantes;
Programas de fidelidade;
Operações em apps.
O forte das CBDCs também nāo é o varejo. CBDCs sāo controladas por governos, baseadas em sistemas que requerem autorização para acesso e com programação limitada. Toda atualização requer alteração legal.
Nāo fornecem rendimento;
Nāo têm composição com produtos e serviços privados;
Nāo tem ciclo de inovaçāo.
A vocação das CBDCs é facilitar a vida dos bancos centrais, nāo sentar em carteiras digitais de consumidores.
Na cryptoeconomia, os pagamentos vāo se tornando autônomos. A Mercedes está testando carteiras digitais em seus automóveis – você enche o tanque ou compra algo numa loja de conveniência e o carro paga.
Sem passar cartāo;
Sem escanear QR code;
Só transferência máquina-para-máquina.
Esse é o futuro. Stablecoins destravam liquidez global, tokenização democratiza o acesso às finanças, automação remove fricção ponta-a-ponta.
As CBDCs ficarão presas nos cilos dos governos enquanto as stablecoins serão livres, vivas, integradas nas transações financeiras, em transferências de recursos e pagamentos.
O futuro está nos ativos digitais. Se o seu fundo de pensāo está dormindo junto com os reguladores em relação à cryptoeconomia .... acorde!
Os ativos digitiais, a cryptoeconomia, tem muito a ver com desintermediaçāo, com eliminaçāo do custos representado por intermediários.
Lembre-se, fundos de pensāo sāo intermediários. Investem o dinheiro dos participantes e depois o devolvem para ele, na forma de renda.
Se essa intermediaçāo nāo agregar valor ao participante e ainda funcionar à custa de altas taxas, pagas com dinheiro do próprio participante, será alvo fácil na cryptoeconomia.
Ou seu fundo de pensão está surfando na onda dos ativos digitais e da economia da cryptografia ou está se colocando como uma barreira no caminho dela?
De que lado você está?
Grande abraço,
Eder.
Opiniōes: Todas minhas | Fonte: “No more begging banks for faster settlement“, escrito por Faruk Arslan | “CBDCs are for banks - Stablecoins are for retail”, escrito por Anton Golub.
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