segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Você tem um viés cognitivo ou emocional, é ativo ou passivo quando decide sobre seu plano de previdência?
De São Paulo, SP.
Essas são distinções importantes porque quanto mais se entende sobre a maneira de um participante lidar com a tomada de decisões financeiras, melhor ele/ela poderá ser orientado, alinhando-se a orientação à forma de pensar da pessoa.
Estilo passivo de decisão
Participantes passivos tendem a ser seguidores. Tendem a ouvir a orientação de amigos e familiares sem formar a sua própria opinião.
Esse modo de agir é chamado de “Efeito do Coral Grego”. Na Grécia antiga, o coral desempenhava um papel dramático, fornecendo informação de fundo para ajudar a platéia a acompanhar a peça.
Em muitas das peças apresentadas o coral era usado para expressar medos e segredos ocultos dos principais personagens, que não podiam ser simplesmente falados para a platéia. Os teatros Gregos eram grandes e requeriam uma quantidade de vozes exagerada para assegurar que todos na platéia ouviriam as manifestações do coral. Isso levava a comunicação a ter um efeito maior e mais perceptível sobre a platéia.
O impacto da comunicação sobre um participante passivo pode ter igualmente um grande efeito, levando-o a se basear implicitamente nessa comunicação para tomar decisões, quer conscientemente perceba ou não isso.
O viés subjacente a tomada de decisão de um participante passivo pode ser emocional, cognitivo ou ambos.
Por exemplo, um participante com viés emocional e tendência passiva na tomada de decisões pode ter o "status quo" afetando sua capacidade de mudar. Um viés no "status quo" faz a pessoa preferir que as coisas permaneçam como estão porque as desvantagens da mudança, para ela, podem parecer maiores do que as vantagens.
Tais participantes podem ter aversão até mesmo a ouvir as opções disponíveis, tornando-se retraidos ao invés de enfrentarem a decisão que se coloca a sua frente. Esse é um bloqueio emocional que pode ser atenuado ou removido de forma mais eficiente com a ajuda de um profissional de psicologia.
Por outro lado, um participante com viés cognitivo e tendência passiva na tomada de decisões, tem mais chance de ser avesso a ambiguidades. Um viés na ambiguidade denota simplesmente que a pessoa evitará as opções onde faltem informações.
A falta de informação faz o resultado da decisão parecer desconhecido. Esse participante escolherá, então, a opção cujo resultado pareça mais certo, de modo a evitar a ambiguidade.
O bloqueio cognitivo pode ser removido ou atenuado através de um “brainstorming” das opções e da análise dos possíveis resultados de cada alternativa.
Estilo ativo de decisão
Participantes ativos são geralmente assertivos e tendem a ser líderes. São frequentemente os primeiros na família a gerar riqueza, geralmente tem espírito empreendedor ou o esteriótipo do bom vendedor. Tomam decisões rápidas sobre a maioria das coisas e gostam de se envolver no processo.
Tendem a agir de maneira autodidata e evitam pedir ajuda. Acreditam que podem ler sobre o assunto a ser decidido e fazer o que um especialista faria.
Numa pesquisa recente da "American Bar Association", uma espécie de OAB, a maioria dos juízes americanos disse acreditar que os julgamentos são afetados negativamente quanto uma das partes litigantes opta por se auto-representar.
Nada menos do que 62% dos juízes indicaram que não ter um advogado impactou negativamente o resultado do julgamento para a parte auto-representada. Não é à toa que no meio jurídico se costuma dizer que aquele que é seu próprio advogado tem um idiota como cliente....
O viés subjacente a tomada de decisões por um participante ativo pode, igualmente, ser emocional, cognitivo ou ambos.
Qualquer que seja a motivação subjacente a tomada de decisão pelo participante ativo, o viés afetará o processo decisório e tem um elevado potencial de levar a resultados ruins.
Um participante com viés emocional e tendência ativa na tomada de decisões pode ter execesso de confiança conforme descrito nos parágrafos anteriores. Indivíduos assim tendem a superestimar sua própria capacidade de analisar os fatores envolvidos e a precisão com que esses fatores são avaliados.
O participante ativo com viés emocional é também o tipo com maior chance de exibir um padrão de gastos excessivo, devido ao viés no autocontrole que o leva a ter uma tendência de consumir hoje sem preocupação com o amanhã.
O componente emocional parece estar conectado mais diretamente com a percepção otimisma de que eles podem fazer tudo dar certo. Os orientadores precisam ser firmes com esses participantes que tendem a ser o tipo mais difícil de participante.
Um participante com viés cognitivo e tendência ativa na tomada de decisões pode ter uma percepção seletiva ou viés de confirmação. Eles buscam ou interpretam as informações de modo a confirmar suas idéias pré-concebidas ou deixam que suas expectativas afetem sua percepção.
Devido a complexidade dos aspectos que envolvem a tomada de decisões financeiras pelas pessoas e das estruturas enxutas das áreas de RH das empresas que patrocinam planos corporativos de previdência, é que os consultores atuariais individuais se mostram uma boa alternativa para fornecer orientação aos participantes.
Algum participante do plano de aposentadoria da sua empresa está com dúvidas ou precisa de orientação para ajudá-lo na tomada de decisão? Estou a disposição!
Forte abraço,
Eder.
Fonte: Adaptado de artigo publicado no Morninstar Advisor por Justin A. Reckers and Robert A. Simon (The Difference Between Cognitive and Emotional Biases)
Essas são distinções importantes porque quanto mais se entende sobre a maneira de um participante lidar com a tomada de decisões financeiras, melhor ele/ela poderá ser orientado, alinhando-se a orientação à forma de pensar da pessoa.
Estilo passivo de decisão
Participantes passivos tendem a ser seguidores. Tendem a ouvir a orientação de amigos e familiares sem formar a sua própria opinião.
Esse modo de agir é chamado de “Efeito do Coral Grego”. Na Grécia antiga, o coral desempenhava um papel dramático, fornecendo informação de fundo para ajudar a platéia a acompanhar a peça.
Em muitas das peças apresentadas o coral era usado para expressar medos e segredos ocultos dos principais personagens, que não podiam ser simplesmente falados para a platéia. Os teatros Gregos eram grandes e requeriam uma quantidade de vozes exagerada para assegurar que todos na platéia ouviriam as manifestações do coral. Isso levava a comunicação a ter um efeito maior e mais perceptível sobre a platéia.
O impacto da comunicação sobre um participante passivo pode ter igualmente um grande efeito, levando-o a se basear implicitamente nessa comunicação para tomar decisões, quer conscientemente perceba ou não isso.
O viés subjacente a tomada de decisão de um participante passivo pode ser emocional, cognitivo ou ambos.
Por exemplo, um participante com viés emocional e tendência passiva na tomada de decisões pode ter o "status quo" afetando sua capacidade de mudar. Um viés no "status quo" faz a pessoa preferir que as coisas permaneçam como estão porque as desvantagens da mudança, para ela, podem parecer maiores do que as vantagens.
Tais participantes podem ter aversão até mesmo a ouvir as opções disponíveis, tornando-se retraidos ao invés de enfrentarem a decisão que se coloca a sua frente. Esse é um bloqueio emocional que pode ser atenuado ou removido de forma mais eficiente com a ajuda de um profissional de psicologia.
Por outro lado, um participante com viés cognitivo e tendência passiva na tomada de decisões, tem mais chance de ser avesso a ambiguidades. Um viés na ambiguidade denota simplesmente que a pessoa evitará as opções onde faltem informações.
A falta de informação faz o resultado da decisão parecer desconhecido. Esse participante escolherá, então, a opção cujo resultado pareça mais certo, de modo a evitar a ambiguidade.
O bloqueio cognitivo pode ser removido ou atenuado através de um “brainstorming” das opções e da análise dos possíveis resultados de cada alternativa.
Estilo ativo de decisão
Participantes ativos são geralmente assertivos e tendem a ser líderes. São frequentemente os primeiros na família a gerar riqueza, geralmente tem espírito empreendedor ou o esteriótipo do bom vendedor. Tomam decisões rápidas sobre a maioria das coisas e gostam de se envolver no processo.
Tendem a agir de maneira autodidata e evitam pedir ajuda. Acreditam que podem ler sobre o assunto a ser decidido e fazer o que um especialista faria.
Numa pesquisa recente da "American Bar Association", uma espécie de OAB, a maioria dos juízes americanos disse acreditar que os julgamentos são afetados negativamente quanto uma das partes litigantes opta por se auto-representar.
Nada menos do que 62% dos juízes indicaram que não ter um advogado impactou negativamente o resultado do julgamento para a parte auto-representada. Não é à toa que no meio jurídico se costuma dizer que aquele que é seu próprio advogado tem um idiota como cliente....
O viés subjacente a tomada de decisões por um participante ativo pode, igualmente, ser emocional, cognitivo ou ambos.
Qualquer que seja a motivação subjacente a tomada de decisão pelo participante ativo, o viés afetará o processo decisório e tem um elevado potencial de levar a resultados ruins.
Um participante com viés emocional e tendência ativa na tomada de decisões pode ter execesso de confiança conforme descrito nos parágrafos anteriores. Indivíduos assim tendem a superestimar sua própria capacidade de analisar os fatores envolvidos e a precisão com que esses fatores são avaliados.
O participante ativo com viés emocional é também o tipo com maior chance de exibir um padrão de gastos excessivo, devido ao viés no autocontrole que o leva a ter uma tendência de consumir hoje sem preocupação com o amanhã.
O componente emocional parece estar conectado mais diretamente com a percepção otimisma de que eles podem fazer tudo dar certo. Os orientadores precisam ser firmes com esses participantes que tendem a ser o tipo mais difícil de participante.
Um participante com viés cognitivo e tendência ativa na tomada de decisões pode ter uma percepção seletiva ou viés de confirmação. Eles buscam ou interpretam as informações de modo a confirmar suas idéias pré-concebidas ou deixam que suas expectativas afetem sua percepção.
Devido a complexidade dos aspectos que envolvem a tomada de decisões financeiras pelas pessoas e das estruturas enxutas das áreas de RH das empresas que patrocinam planos corporativos de previdência, é que os consultores atuariais individuais se mostram uma boa alternativa para fornecer orientação aos participantes.
Algum participante do plano de aposentadoria da sua empresa está com dúvidas ou precisa de orientação para ajudá-lo na tomada de decisão? Estou a disposição!
Forte abraço,
Eder.
Fonte: Adaptado de artigo publicado no Morninstar Advisor por Justin A. Reckers and Robert A. Simon (The Difference Between Cognitive and Emotional Biases)
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