De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
A reviravolta causada pela pandemia na dinâmica do mercado de trabalho é conjuntural, temporária e uma acomodação virá cedo ou tarde, mas se você quiser enxergar a floresta ao invés da árvore, precisará olhar a foto de uma distância maior. O Congressional Budget Office – uma agência governamental bi-partidária que fornece aos congressista americanos projeções econômicas - estima que a força de trabalho nos EUA vá crescer meros 0,2% ao ano entre 2024 e 2031. O gráfico acima mostra o (de)crescimento da força de trabalho americana a cada década desde os anos 70. Conjugando esses indicadores pode-se concluir que, diferente do passado, quando sobravam empregados se estapeando pela mesma vaga, as empresas NÃO terão mais uma enxurrada de empregados lutando para preencher posições vazias.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Na década de 2010 os millenials estavam entrando maciçamente no mercado de trabalho, os baby-boomers ainda continuavam trabalhado a pleno vapor, o mercado de trabalho havia encolhido e ainda estava se ressentindo da depressão econômica causada pela crise financeira global de 2008, mesmo que no agregado a força de trabalho estivesse decrescendo, sobravam trabalhadores e as empresas deitavam e rolavam com a mão-de-obra barata. A década de 2020 e além prenunciam tempos difíceis para as empresas, com os baby-boomer se aposentando, os millenials se aproximando da meia-idade, a quantidade de trabalhadores da Gen Z comparativamente menor que a das anteriores, taxas de fertilidade (nº médio de filhos por mulher) despencando e envelhecimento populacional. Isso vai favorecer os empregados na batalha por talentos e o perfil demográfico brasileiro não é muito diferente do americano.
CONCLUSÃO:
A falta de trabalhadores deverá acelerar a automação e ir reduzindo ainda mais a quantidade de empregados nas empresas, com impactos negativos na escala necessárias para fundos de pensão existirem no formato atual. Nos EUA já se pode alugar um robot-temp (um robô temporário) por US$ 8/hora contra um trabalhador humano que custa um salário-mínimo de US$ 15/hora (mais aqui: https://bit.ly/33GsuJU). Mais do que nunca, planos de previdencia poderão ser um diferencial na atração e retenção de empregados, só que reformatados. A sorte favorece os preparados, revolucione o conselho do seu fundo de pensão e seja sortudo!
Grande abraço,
Eder.
Fonte: “Hard math of the labor shortage”, escrito por Neil Irwin
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