De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Uma boa governança depende de: tempo, expertise e comprometimento coletivo. Fundos de pensão costumam superar as limitações de conhecimento e recursos internos do conselho, comprando tempo e expertise de assessoria externa, fazendo com que as deliberações do colegiado sejam maiores do que a soma das partes. Orçamentos em queda livre nas patrocinadoras e fundos vem reduzindo a alta qualidade, robustez e disponibilidade desse apoio, forçando os conselheiros - com restrições de tempo - a serem autossuficientes em áreas e domínios que não conhecem profundamente, criando tensão no desempenho adequado de seus papeis e responsabilidades, algo mais visível nos fundos menores, mas que atinge a todos indistintamente, afetando o comprometimento coletivo.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
A esmagadora maioria dos fundos de pensão apenas segue as regulamentações da PREVIC e adere aos códigos de boas práticas existentes no mercado, ao invés de desenvolver seus próprios procedimentos ou adotar modelos com padrões mais elevados de governança. Essa melhoria incremental na governança dos fundos de pensão é uma resposta insatisfatória aos riscos e desafios globais da previdência complementar. A única forma de transformar o processo de decisão dos conselhos dos fundos de pensão é se espelhando nos modelos de governança corporativa das empresas de capital aberto que contam com boards profissionais, adotam processos rigorosos de seleção de conselheiros, remuneração de mercado e avaliação de seus membros - voltada para melhorar a competência profissional dos colegiados. Conselheiros profissionais permitem que sejam melhor gerenciados os conflitos de interesse entre as diferentes classes de participantes, entre esses e as patrocinadoras, além de equilibrar os diferentes níveis de expertise e comprometimento.
CONCLUSÃO:
O diagnostico acima foi feito por Gordon L. Clark e Roger Urwin em um artigo acadêmico de junho de 2009, intitulado “Innovative models of pension fund governance in the context of the global financial crisis”, avaliando os fundos de pensão do Reino Unido. Estamos mais de uma década atrasados, que tal revolucionar o conselho do seu fundo de pensão?
Grande abraço,
Eder.
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