De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Como pode gestores de fundos comprarem títulos públicos do banco central Russo e ações de gigantes do setor de óleo e gás apoiadas pelo governo, enquanto alegam estar comprometidos com os mais altos princípios ambientais, sociais e de governança? Pois é, indubitavelmente, não pode. Com uma montanha de dólares e euros investidos na Rússia quando a guerra começou, essa é uma pergunta que vem sendo feita cada vez mais por investidores, empresas e todo o sistema financeiro.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Em janeiro, de acordo com a Bloomberg, no mesmo momento em que Vladmir Putin juntava suas forças militares na fronteira com a Ucrânia, a Vanguard Group e o Northern Trust Corp. aumentaram suas participações num dos maiores bancos russos através dos portfolios mais improváveis: seus fundos ESG, que investem com mandato de minimizar os riscos sociais, ambientais e de governança. Em paralelo, também de acordo com a Bloomberg, descobre-se que centenas de fundos ESG possuem algo como US$ 13,4 bilhões em ações de empresas que fornecem armas e tecnologia para Myanmar, cujos militares depuseram um governo eleito democraticamente matando 1.500 civis, inclusive crianças. Uma das empresas citadas é a Indiana Bharat Eletronics, cujas ações estão nos fundos ESG da BlackRock e State Street. Dezenas de casos similares começam a pipocar e vão nos dando um choque de realidade, com um empurrãozinho da União Europeia que, aterrorizada com os desdobramentos da guerra de Vlad, está estudando reclassificar investimentos em óleo e gás como “green”
CONCLUSÃO:
David Pred – Diretor Executivo da Inclusive Development International resumiu muito bem o problema: O fato de dezenas de cias que tem laços com o regime genocida de Myanmar fazerem parte de portfolios ESG mostra o tamanho do abismo entre investimentos responsáveis, reivindicações de marketing e a realidade.
Grande abraço,
Eder.
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