De São Paulo, SP
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
A Securities & Exchange Commission, equivalente americana da nossa CVM, aprovou há alguns dias uma minuta das regras que tornarão obrigatório para empresas listadas em bolsa nos EUA, a divulgação ao mercado dos riscos e oportunidades decorrentes das mudanças climáticas sobre suas operações, negócios e estratégias. É a coisa certa a fazer, porque: 1º) Os investidores institucionais querem. Uma minoria considerável deles, senão a maioria, tornou sustentabilidade parte de suas estratégias de investimentos, então, eles precisam de boas informações sobre as empresas para tomarem a decisão de investir; 2º) Muitas empresas grandes já estão fornecendo essas informações e várias delas vem assumindo compromissos com “emissão zero de carbono”. Mesmo sendo incertos os efeitos futuros das mudanças do clima sobre as empresas, o custo da transição delas para uma economia de “carbono zero”, não são e os investidores merecem saber; e 3º) No disclosure atual vigora o “escolha a métrica que quiser”, fazendo com que as comparações hoje não sejam consistentes nem confiáveis. É preciso padronizar isso e em algum momento as regras da SEC convergirão para as do TCFD.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Os conselhos deliberativos dos fundos de pensão costumam usar assessoria externa numa grande variedade de áreas. A governança e o reporte dos riscos de seus portfolios associados ao clima é um assunto novo e desconhecido para os conselheiros, que dependerão de especialistas externos até que desenvolvam capacitação interna nessa questão. Como, então, os conselhos dos fundos de pensão poderão assegurar que suas assessorias externas possuem conhecimento adequado e que estarão fornecendo apoio relevante, apropriado e útil? Resposta: buscando capacitação dos conselheiros sobre o reporte dos riscos das mudanças climáticas, sobre a economia de baixo carbono e sobre aspectos ESG. Afinal, a responsabilidade última por qualquer decisão sobre os investimentos é do próprio conselho.
CONCLUSÃO:
Independente se o seu conselho está ou não entre os “negacionistas” das mudanças climáticas, a avaliação e o discloure padronizado dos riscos e impactos sobre os investimentos, decorrentes de qualquer evento climático extremo, é bom para os investidores - participantes, no caso dos fundos de pensão. Na previdencia complementar eu diria que é fundamental para sobrevivência, porque as novas gerações jamais colocarão o $$$ delas em um carro cujo motorista dirige olhando pelo retrovisor.
Fonte: SEC unveils landmark climate change risk disclosure rule, publicado pela Reuters
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