De São Paulo SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Nike Trost é a “Head” de Políticas de Previdência Complementar da FCA – Financial Conduct Authority no Reino Unido. A FCA é um órgão regulador financeiro que opera independentemente do governo do Reino Unido e é financiado cobrando taxas de membros do setor financeiro, uma espécie de SUSEP misturada com PREVIC, SPPC e outros. No último dia 09 de março, durante o Congresso Anual de Previdência Complementar de lá, a xerife Nike disse ser “... notável que haja muito menos transparência (na previdência complementar) do que nos outros mercados de serviços financeiros”.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Os tecnocratas que definem políticas de previdência complementar nas terras de “Sua Majestade” vem focando em regulamentações que assegurem haver competição no segmento e que o participante receba o maior valor possível no longo prazo para o $$$ que investe em seu futuro. Em setembro do ano passado o governo Britânico publicou um discussion paper sugerindo meios para forçar os planos de contribuição definida a divulgarem mais dados sobre a performance de seus investimentos, sobre os custos e taxas de administração e gestão e sobre a supervisão dos planos. A ideia é criar uma “estrutura holística” que permita avaliar | comparar no setor de previdência complementar o custo-benefício dos investimentos feitos pelo participante com visão de longo prazo. Nike disse, ainda, que ouve reiteradamente reclamações de que a composição dos investimentos não é considerada com o cuidado que poderia, uma vez que o foco nas necessidades de liquidez de curto prazo é largamente hipotético. Essa discussão é bem relevante num momento em que fundos de pensão se concentram em vender planos para pessoas físicas via instituidores, conjugados a contratos de seguros para cobrir riscos (invalidez-morte-rendas vitalícias), com taxas de corretagem invisíveis ao participante.
CONCLUSÃO:
A Xerife Nike tem certa razão em levantar esse ponto, entidades de previdência complementar acumulam investimentos durante 30, 40 anos e depois pagam benefícios por outros 20, 30 anos. Não faz sentido monitorar taxas de administração e gestão financeira seguindo a mesma abordagem de investimentos com horizontes de curto prazo. Cansei de ver planos de previdência corporativos tipo PGBLs cobrando taxas de administração de 10% e taxas de gestão de 4% sobre o patrimônio, em planos implantados 10 anos antes – o mercado se moveu, mas a entidade de previdencia e o gestor do plano, claro, não bateram na porta da patrocinadora para dizer: “olha, hoje eu cobro menos que cobrava lá atrás quando vocês implantaram o plano, vamos reduzir essas taxas acima do mercado, que eu cobro atualmente do seu plano?”.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Pensions market remains far from transparent, FCA says, escrito por Sally Hickey.
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