De SãoPaulo,SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
As notícias estampadas ontem nas principais mídias de notícias financeiras é mais uma prova de que toda a parafernália de controle das autoridades bancárias mundo afora é absolutamente ineficaz para controlar malfeitos. Entre os anos de 1940 e 2010 um banco suíço, o Credit Suisse, abriu pelo menos 18.000 contas bancárias e movimentou ao menos US$ 100 bilhões para toda sorte de corruptos e criminosos cuja atuação seria obvia para qualquer um que submetesse os nomes dos titulares das contas a um simples teste de verificação de antecedentes. Não é caso isolado, em 2020 veio à tona numa matéria da Reuters um escândalo global envolvendo a movimentação suspeita de mais de US$ 2 trilhões durante duas décadas (1999 e 2017) por bancos como Barclays, HSBC, Deutsche Bank, JP Morgan Chase, Bank of New York Mellon e outros. Isso nivela os bancos atuais com as críticas que se faz à operações com cryptomoedas que não seguiriam regras de AUM – Anti-Money Laundry e KNY – Know Your Client. A diferença é que as operações com cryptomoedas ficam registradas em blockchains públicos tornando visíveis os eventuais casos de corrupção e injustiças e podendo ser rasteadas não apenas pelas autoridades, mas por qualquer um, conforme escrevi em um post recente: aqui.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Funcionando com infraestrutura baseada em redes de blockchain, o novo sistema financeiro que vem emergindo possui como principal característica a descentralização, por isso tem sido denominado em inglês de DeFi – Descentalized Finance. Como consequência da descentralização não é possível a ninguém, nenhum pessoa, governo, empresa ou organização, exercer isoladamente seu controle. Um episodio ocorrido nos últimos dias ilustra bem isso. Tentando sufocar financeiramente o movimento dos caminhoneiros no Canadá, a corte superior de justiça de Ontario ordenou que um provedor de carteiras digitais chamado Nunchuk congelasse as bitcoins de seus usuários, os impedisse de movimentar os recursos e os identificasse. A resposta (acima), com toques de ironia sobre o funcionamento dessa nova tecnologia, foi divulgada no Twitter ontem e vale a pena conhecer.
CONCLUSÃO:
O embate em torno do novo sistema financeiro que está chegando não trata verdadeiramente de desenvolver mecanismos para apanhar os caras maus, os corruptos, os bandidos e afins, a grande questão gira mesmo é em torno de quem consegue controlar quem.
Grande abraço,
Eder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário