De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
A dificuldade da previdência complementar para atrair jovens sempre foi notória, agora estamos entrando numa fase em que nem mesmo os “menos jovens” estão aderindo mais aos planos corporativos porque suas carreiras tomando caminhos diferentes com a “GIG Economy”. Os planos corporativos, seja dos fundos de pensão ou os PGBLs | VGBLs, continuam construídos e desenhados em torno da velha cultura do “emprego de vida toda”, num mundo em que os trabalhadores têm em média (eu disse, em média!) 11 diferentes empregos ao longo a vida. Não adianta nada falar em fomento no segmento dos fundos de pensão, tentar atrair novas patrocinadoras, implantar planos de estados e municípios, incentivar planos família, coisa e tal, sem criar inovações e usar tecnologia para desenhar novos modelos de planos, mais transparentes, fáceis de acessar, fáceis de usar e alinhados com o futuro do trabalho.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Uma startup do Vale do Silício chamada Majesco, que atua no segmento de insuretechs, mostra como a preferência dos jovens na aquisição de seguros pode ajudar muito no desenho de produtos inovadores de previdência complementar corporativo. No slide abaixo, parte de um webinar que apresentei em 2021 sobre o futuro dos fundos de pensão, chamo a atenção para dois pontos: 1) Contribuição radicalmente flexível: os jovens gostam de flexibilidade, de coberturas de seguro “on-off” (liga-desliga), tipo, só acionar o seguro do carro quando sair com ele. Em previdência isso significa planos que permitam ao participante: contribuir com valores diferentes a cada mês | fazer um aporte único ocasional se de repente ganharem uma grana alta | pausar as contribuições se tiverem muitos gastos num mês específico | retornar as contribuições com qualquer valor a qualquer tempo, tudo com um simples click no celular; 2) Cobertura seletiva de riscos: no seguro residencial, os jovens preferem cobrir itens específicos que lhes interessam (ex.: o aparelho de som, um IMac, uma SmarTV 60”) ao invés de pagar mais caro pela chamada “blanket policy” (apólice cobertor), seguro que cobre a casa toda. Em previdência significa dar ao participante a opção de incluir cobertura apenas por morte, ou apenas por invalidez, por exemplo, escolhendo dentre valores diferentes de pensão, acionada apenas num fim de semana em que ele for viajar de férias. Para as gerações mais jovens, poupar para o futuro compete com outras prioridades vitais de curto e médio prazos como pagar os estudos, comprar uma casa, um curso de línguas. Para as gerações mais velhas, continuar poupando implica acomodar os desvios momentâneos que a vida impõe na carreira e/ou na vida. Em ambos os casos, somente planos mais flexíveis, simples e inovadores levarão à segurança financeira futura.
CONCLUSÃO:
Faz parte da minha maneira de ser dar dicas grátis, porque meu objetivo no longo prazo maior é trabalhar pela sustentabilidade da previdência complementar, mas estou disponível para contribuir com seu fundo de pensão ou seguradora atuando como conselheiro profissional, fomentando discussões desse tipo aqui, agregando valor com inovações e deixando de lado o “parlatório para dormitar bovinos”, sim, não há mais tempo a perder. Fica a dica!
Grande abraço,
Eder
Fonte: “Getting the under-30s ready for retirement”, escrito por Chris Eastwood.
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