De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Novas tecnologias sempre criaram longo e intenso debate na sociedade e seus impactos geralmente fazem surgir reações controversas, tanto de esperança como de medo. A ameaça geralmente é percebida no contexto dos riscos aos valores morais, à saúde humana e à segurança ambiental (tipo consumo de energia do bitcoin), mas por debaixo de preocupações legitimas, frequentemente se escondem profundas considerações socioeconômicas, não reconhecidas (tipo disruptura de bancos com cryptomoedas). A tensão provocada pelas novas tecnologias é intensificada pela percepção de que seus benefícios ficarão restritos a um pequeno grupo de setores da sociedade enquanto os riscos serão distribuídos mais amplamente por todos. Não à toa, sociedades onde há grande desigualdade econômica (como no Brasil) tendem a enfrentar maiores controvérsias tecnológicas e intensos debates sociais.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Há hoje nos fundos de pensão uma tensão entre a necessidade de inovar, de criar novas soluções de segurança financeira futura e a pressão por manter a continuidade, a estabilidade das coisas, o legado, atender o participante do passado, manter o status quo. Esse é o maior desafio dos planos corporativos na era moderna. A demora e a controvérsia em torno da adoção de novos modelos de negócio baseados nas novas tecnologias, revelam a extensão em que cresce o descredito publico e privado nas instituições de previdência complementar. Os ativos digitais, que estão emergindo como uma nova tecnologia propiciada pela cryptoconomia, vão se enraizar e criar um novo ecossistema de soluções institucionais, afetando o segmento de previdência complementar e favorecendo aqueles que abraçarem cedo seu estabelecimento no mercado. Lições dadas pela história não faltam, foi assim com energias renováveis - custava muuuito caro comprar energia éolica, hoje tá tão barata nos EUA que o custo de produção é maior que o de venda - o mesmo com com plantações transgênicas, ensino a distância, edição de genes, drones, impressoras 3D etc.
CONCLUSÃO:
Os conselhos deliberativos e lideranças dos fundos de pensão têm grande responsabilidade na adoção de inovações, de fazer os ajustes institucionais, de evoluir na sua própria governança, de criar um novo modelo de negócios. Ou será que preferem fazer como o Larry, do vídeo acima, criado pela corretora de cryptomoedas FTX para o Superbowl, cético e resistente às novas tecnologias e suas mudanças... (infelizmente disponível apenas em inglês).
Grande abraço,
Eder.
Fonte:livro "Innovation and Its Enemies: Why People Resist New Technologies", escrito por Calestous Juma.
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