De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Os fundos de pensão foram idealizados para oferecer benefícios corporativos, mas a diferença entre planos de previdência complementar aberta (PGBLs e VGBLs) e fechada já sumiu, estamos diante de uma hiper-personalização da demanda em um mercado que oferece benefícios homogêneos, pasteurizados. A pandemia causada pelo Covid-19 acendeu nas pessoas o alerta para a fragilidade da vida, mas os planos corporativos se preocupam mesmo é com aposentadoria e a esmagadora maioria não oferece cobertura suficiente para os riscos de invalidez e morte. Uma característica importante no futuro do trabalho será “portabilidade”, as pessoas quererem levar consigo os benefícios que valorizam, seja o plano de previdência, o odontológico ou o seguro de vida, então o custo entre manter as coberturas atuais ou adquirir novos produtos no mercado, tem que compensar. Além disso, a visão de produto pontual mudou para soluções mais abrangentes, as pessoas não buscam um plano de aposentadoria isolado, elas buscam ajuda para gerenciar suas finanças, seu patrimônio, seus riscos, seus gastos - sabe aquele papo de “wealth management”, pois é!
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Os fundos de pensão oferecem desenhos de plano com regras muito parecidas, mudam apenas parâmetros como idade de aposentadoria, critérios de elegibilidade, regras de resgate, coisas assim e não existe absolutamente nenhuma correlação entre a taxa de administração cobrada pelos planos e a qualidade entregue. Os novos consumidores estão dispostos a jogar fora os antigos desenhos de plano em troca de algo mais simples, flexível e digital, no fundo de pensão do futuro não vai haverá “desenho de plano”, o produto será individual, baseado em contas digitais de acumulação. Isso muda todo o modelo de negócios, muda os processos de gestão e muda o atual produto oferecido. A maioria dos fundos de pensão enxerga o mundo pela lente do seu desenho de plano e não com o foco no participante, no que ele precisa, quando ele precisa. Essa é uma visão de fora para dentro, por isso não se vê fundos de pensão tradicionais oferecendo isso.
CONCLUSÃO:
Propiciar aos participantes experiências digitais personalizadas envolve um grande nível de complexidade, diferentes parcerias, canais de distribuição diversificados e um conjunto de tecnologias diferentes para chegar lá. A estratégia de negócios direciona a estratégia de tecnologia e implica em desinvestir nos sistemas legados, não se implanta uma nova tecnologia e se continua a usar os mesmos processos e fazer as mesmas coisas que se fazia antes. O fundo de pensão do futuro tem a ver com parcerias e relacionamento, não com transações e administração. "Elevator pitch" para o presidente do conselho do seu fundo de pensão: não subestime os experts para te ajudar no processo de transformação, se for contar apenas com o que pensam seus atuais participantes e patrocinadoras, seus dias de relevância estão contados.
Grande abraço,
Eder.
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