De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Planejadores financeiros e gestores de ativos têm torcido o nariz para as cryptomoedas desde que o bitcoin (BTC) entrou em cena, em 2009. É compreensível. Restrições regulatórias impedem que eles simplesmente façam login na Coinbase, Binance ou Gemini e aloquem cryptos nos portfolios de milhões, às vezes bilhões de reais, que eles administram há décadas para seus clientes. Vigora, também, a mentalidade do “se não está quebrado, não mexa”, o medo de colocar em risco os investimentos de aposentadoria dos clientes e sua própria reputação. Prá que causar disruptura em práticas estáveis, que tem entregado resultados favoráveis há décadas? Porém, diante dos retornos épicos do bitcoin, ethereum e outras moedas digitais, não há mais como ignorar a curiosidade dos consumidores pelo mercado de cryptos.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
A noção dos gestores de ativos sobre a forma apropriada de gerir um portfolio tem suas raízes nas teorias “modernas” de alocação de ativos criadas por ganhadores do Nobel de economia, como Harry Markowitz, William Sharpe, Eugene Fama e do pensamento de que “se você não for fazer uma alocação material no seu portfolio, então é melhor não fazer nenhuma” – ninguém compra só uma ação da Petrobrás, isso não “move a agulha” e essa é parte da razão para as alocações serem no mínimo de 10% para as classes de ativos. E quando se trata de cryptos? Um estudo da Yale de 2019 (https://bit.ly/3oXFBxO) fala numa alocação de 4% a 6% em cryptos e os planejadores financeiros certificados estão atualmente começando a recomendar 1% a 5%, mas a resposta correta parece estar na cidade do Rio de Janeiro, que investiu 1% das reservas do tesouro em cryptos tornando-se um “case” no cenário global. Tendo por base dados de 2017, época de uma grande alta histórica, a valorização no preço do bitcoin mostra um pulo de 1.500% seguido de uma queda de 84%. Uma alocação de 1% em crypto, portanto, pode ser considerada suficiente para contribuir materialmente para os resultados, baseado nesses dados históricos.
CONCLUSÃO:
As cryptomoedas ainda são uma classe de ativos nascente, mas os profissionais de finanças precisam se manter informados sobre o ecossistema de ativos digitais porque é sempre melhor dar alguma orientação sobre cryptos para um cliente curioso do que simplesmente evitar totalmente essa classe de ativos. Qual a melhor forma do conselho deliberativo do seu fundo de pensão lutar contra as incertezas? Entender melhor as tendências, empresas e inovações que estão transformando o segmento de negócios da previdência complementar!
Grande abraço,
Eder
Fonte: “How Much Crypto Should Be in a Portfolio?”, escrito por Megan DeMatteo.
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