terça-feira, 3 de maio de 2022

PARTE II - Todos vêem, mas poucos enxergam: Precisamos de ao menos um Adams Óbvio em cada um dos conselhos dos nossos fundos de pensão

 


Credito de Imagem: National Geographic


De São Paulo, SP.


Adams Óbvio foi publicado pela primeira vez na forma de artigo em abril de 1916, saiu no Saturday Evening Post, um jornal de circulação nacional nos EUA do inicio do Século XX.

 

Contava a história de um profissional do setor de publicidade, mas foi imediatamente considerado uma pérola para todos os segmentos de negócio e por iniciativa da editora Harper & Brothers, virou livro em setembro daquele mesmo ano, escrito por Robert R. Updegraff. 

 

O personagem do livro logo se tornou uma lenda, era citado em congressos de vendas, reuniões de conselhos de administração e de diretoria. CEO’s de grandes empresas escreviam para a editora perguntando se o personagem da história era uma pessoa real, se fosse, queriam contratar seus serviços.

 

O livro conta a história de um menino pobre chamado Oliver B. Adams, filho de trabalhadores rurais, que começou a trabalhar aos 12 anos numa mercearia de um vilarejo da Nova Inglaterra.

 

Adams era um menino comum e raramente tinha ideias brilhantes. Com a morte do dono, a mercearia fechou então Adams, que era órfão de pai, juntou as economias e aos 18 anos de idade foi tentar a vida em Nova York. 

 

Lá, acabou virando um mito da propaganda & marketing, celebrado por grandes empresas e admirado pelo mundo da publicidade. 

 

Não vou contar como isso aconteceu porque recomendo que você leia e se deleite com a história completa, disponível na Internet de graça, mas também em livrarias. Se quiser a versão em PDF, são só 15 páginas, me mande uma mensagem que eu envio pra você.

 



 

O que mais chama a atenção na saga de Adams Óbvio é que ele não era um homem particularmente interessante de se conhecer. Não tinha nenhuma das características atribuídas aos gênios e cometia erros ocasionais – sem nunca os repetir.

 

Numa entrevista, quando perguntado por que ganhou o apelido de Óbvio, explicou: 

 

“Não nasci Óbvio, eu não parava para pensar se uma coisa era óbvia ou não. Só fazia o que ocorria naturalmente, depois de ter refletido muito. Depois que me colocaram esse apelido, cheguei à conclusão de que fazer o óbvio exige muita análise”.

 

“Para analisar, é preciso pensar e pensar é o trabalho mais árduo que as pessoas têm de fazer. E elas não gostam de pensar nem um pouco a mais do que o necessário.”

 

“As pessoas procuram sempre o caminho mais fácil, através de atalhos ou

truques, elas não levantam todos os dados, nem analisam antes de decidir o que seja óbvio e assim passam por cima do primeiro e mais óbvio mandamento dos negócios”

 

“Algum dia”, ele continuou, “muitos homens de negócios vão acordar e perceber o poder e a sensatez do óbvio. 

 

Terminada a entrevista, o entrevistador mergulhou em seus pensamentos perguntando a si mesmo qual seria o segredo do sucesso daquele homem? Então, lembrou-se da composição de uma criança sobre as montanhas da Holanda. O garoto escreveu: 

 

As montanhas da Holanda: Não há montanhas na Holanda.

 

Isso é o óbvio!


Identificar o futuro dos fundos de pensão parece ser óbvio

A maior dificuldade para se identificar o que vem pela frente na previdência complementar é que o óbvio tende a ser tão simples e comum, que não tem apelo à imaginação. 

 

Todos nós gostamos de ideias inteligentes e planos engenhosos, então, tentamos encontrar o óbvio através do raciocínio lógico, mas o pensamento lógico é um dos processos mentais mais cheios de armadilhas. 

 

O que elegemos como solução óbvia muitas vezes é mera racionalização. Há várias maneiras para se reconhecer óbvio e as mesmas podem ajudar a enxergar de forma criativa o futuro dos fundos de pensão. Veja três delas e desenvolva suas proprias.

 

1ª Maneira de identificar o óbvio - O óbvio, quase sempre, é simples: Charles F. Kettering, engenheiro e inventor americano com mais de 186 patentes, trabalhou na General Motors entre 1920 e 1947. Ele mandou colocar uma placa no edifício sede da GM em Daytona com a seguinte frase: “Esse problema, depois de resolvido, será simples”.  

 



 

O óbvio, quase sempre, é simples, tão simples que, muitas vezes, olhamos para ele sem vê-lo. Quando uma ideia é engenhosa ou complicada demais, deveríamos desconfiar. Provavelmente não é óbvia. A história da ciência, das artes e dos grandes avanços no mundo dos negócios mostra pessoas encontrando, por acaso, soluções fáceis para problemas complexos. O futuro dos fundos de pensão não fugirá a essa regra.

 

2ª Maneira de identificar o óbvio - Pergunte: “esta solução é compatível com a natureza humana”: Se você não tiver absoluta certeza de que sua solução vai ser facilmente compreendida e aceita pela sua mãe, seus vizinhos, o mecânico que conserta o carro, seu barbeiro, o gerente do hortifruti, o rapaz que engraxa seus sapatos, sua tia Maria - se você não se sentir à vontade ao explicar sua solução para eles, é porque, provavelmente, a solução não é óbvia. Coletivamente, essas pessoas são uma amostra da natureza humana, a mesma que constrói ou destrói a solução de qualquer problema. 

 

As pessoas tendem a ver a realidade mais simples, livre das complicações, do envolvimento profissional e técnico e das inibições que nascem da experiência. As pessoas são curiosamente óbvias em suas reações, porque a mentalidade do público é simples, direta e sem sofisticações. Ao construir as soluções de segurança financeira futura, ponha de lado jargões como, entidade fechada, plano BD, CD, CV, institutos, BPD, fale a língua do povo.

 

3ª Maneira de identificar o óbvio - A ideia “explode” na cabeça das pessoas?: Se, quando você tiver apresentando sua solução para um problema as pessoas disserem: “Puxa! por que não pensamos nisso antes?” Você pode sentir-se encorajado pois as ideias óbvias tendem a produzir na mente esse tipo de reação “explosiva”.

 

Se uma ideia ou solução não “explodir”, precisar de explicação longa ou envolver horas de debates, ou não é óbvia ou talvez você não tenha pensado o suficiente para reduzi-las à sua mais óbvia simplicidade. “Explosões” mentais são reveladas pelo que as pessoas dizem, por rostos iluminados, olhos que aprovam quando se deparam com

uma ideia óbvia. É um dos modos mais infalíveis de reconhecer o óbvio. Sua solução para o futuro dos fundos de pensão, causa reações assim?

 

A história de Adams Obvio nos ensina que para enxergar além daquilo que a maioria das pessoas vê, uma pessoa comum não precisa dizer nada que a maioria dos outros já não saiba. O segredo do sucesso pode estar simplesmente no uso do .... bom senso.

 

Ah, quase esqueci, a foto que encabeça esse artigo ganhou o prêmio dfoto do ano da National Geographic. As imagens pretas são sombras de zebras, que todo mundo vê, mas para enxergar as zebras, você precisa aumentar o tamanho da foto ... é óbvio.

 

Grande abraço,

Eder.


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