De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Na virada do século a GE – General Electric era a empresa mais valiosa dos EUA e era celebrada por todos como um exemplo de potência a ser seguido pelas demais. A Revista Fortune chegou a declarar Jack Welch o “Gestor do Século” e ele era celebrado como um guru no mundo dos negócios. A GE se tornou um conglomerado com mais de 10 subsidiarias, atuando em setores tão distintos como saúde (GE Healthcare), aviação (GE Aviation) e financeiro (GE Capital). Em 2012, a empresa foi listada pela Forbes Global 200 como a quarta maior do mundo e por duas vezes, funcionários da GE ganharam o Prêmio Nobel - Irving Langmuir em 1932 e Ivar Giaever em 1973. Mas em 2018, com 126 anos de existência, a empresa fundada por Thomas Edson em 1892 perdeu 45% do seu valor de mercado, enquanto o S&P500 mostrava o mercado inteiro andando para a frente. Para se ter uma ideia da dimensão, a perda de US$ 132 bilhões em valor de mercado da GE, representou mais do que uma Boeing ou uma Mcdonalds inteiras. As ações do maior conglomerado industrial da América perderam valor por doze meses consecutivos, “algo jamais visto”, publicava a Bloomberg que acompanha as ações da GE desde 1971. A empresa se fragmentou como que acometida pela falha estrutural que sofre um avião em queda vertical.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Os esforços para salvar a GE demandaram uma mudança radical no conselho de administração, com redução de 1/3 do seu tamanho (de 18 para 12 cadeiras). A limpa desalojou os mais longevos conselheiros como Andrea Jung, ex-CEO da Avon que estava há 20 anos na cadeira e Rochelle Lazarus, ex-Ogilvy & Mather há 18 anos em volta da mesma mesa. Segundo The Wall Street Journal, os acionistas chegaram a debater se o conselho inteiro não deveria ser demitido. Os novos conselheiros foram chamados por sua experiência em recuperação de empresas, alocação de capitais, aviação e relatórios financeiros. A empresa na qual um dia jovens em início de carreira sonhavam em trabalhar, tem hoje que batalhar para atrair e contratar talentos, como qualquer outra. Como se não bastasse, a GE ainda tem um senhor déficit no plano de previdência de seus funcionários: em 2016 montava a US$ 28,7 bilhões, o maior de todas as 500 maiores companhias dos EUA naquele ano. O livro "Lights Out", de Ted Mann e Larry Gryta, conta a epopéia da GE para quem quiser saber em maiores detalhes a trajetória da empresa.
CONCLUSÃO:
Quando falo em “Revolucionar o Conselho dos Fundos de Pensão”, sinalizo para a importância dos conselheiros em selar o futuro da organização. A lição da GE é tão ampla, que vai do cuidado necessário que os fundos devem ter quando investem em uma empresa, até o impacto que uma patrocinadora com problema pode ter no destino da aposentadoria de seus funcionários, mas a maior lição de todas é com a governança que determina quem senta e quanto tempo fica nas cadeiras em volta da mesa do conselho.
Grande abraço,
Eder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário