De São Paulo, SP.
Existe um monte de gente que tem dinheiro suficiente para colocar num plano de previdência, mas não coloca. Uma parte por motivos econômicos, faz mais sentido usar outros veículos financeiros. Outra parte porque prefere investir sozinha, os investidores qualificados.
Estamos vendo surgir uma 3ª categoria: os “poupadores socialmente capacitados”, jovens adeptos do “faça você mesmo”. Nativos digitais que, trocando experiência em grupos de discussão, em chats nas mídias sociais e na Internet, aprendem como fazer e depois escolhem as ferramentas de investimento de longo prazo que querem usar e o momento que querem usar.
Se quiserem atrair os “poupadores socialmente capacitados”, os fundos de pensão terão que enfrentar 4 desafios:
1.O aspecto econômico:
Passa pelo aumento da escala, atração de novos participantes, inovação na entrega dos serviços, formas de reduzir e manter sob controle os custos operacionais e crescer mantendo a qualidade;
2. O participante:
Passa pela criação de uma experiência do consumidor sem fricção, oferta de serviços mais fáceis de acessar e usar, por uma visão mais holística do cliente abrangendo a cobertura de riscos, poupança de curto prazo, planejamento financeiro e tributário, passa pelo alinhamento dos propósitos individuais com os investimentos e pela personalização das soluções;
3. A sustentabilidade:
Passa pela democratização da previdência complementar, oferecimento de proteção para um publico mais amplo, acolhimento das rendas mais baixas, atração da família do participante, inovação e criação de novos produtos e serviços, “go to market”, novas maneiras de vender, novos canais de venda, estratégia de marketing a adotar e incorporação dos aspectos ESG nas aplicações;
4. As pessoas:
Para desenvolver os grandes projetos que transformarão o negócio atual, as entidades de previdência precisarão de um mix de três tipos de pessoa: o inovador – aquele que consegue ver quais mudanças precisam ser feitas e tem as ideias, o comunicador – aquele capaz de pegar as ideias e construir consenso de que aquilo precisa ser feito e o viabilizador – aquele que faz acontecer e implementa as ideias. Esses perfis precisam estar em posições seniores e no topo (conselhos), nos quais a diversidade é um “must”.
Por onde começar? Como descobrir o próximo modelo de receita e de negócios? Uma dica: olhe o que as fintechs estão fazendo.
As fintechs não tentam fazer tudo ao mesmo tempo, não saem desembestadas construindo soluções. Elas tentam fazer uma coisa de cada vez e fazer bem. Primeiro, elas olham para a CX - experiência do consumidor - em detalhes, buscam entender o que o consumidor precisa, seu propósito, seus valores, sua jornada. Só então, constroem a solução econômica em torno daquilo, com tecnologia intensiva, criando inovações.
Cabe ao conselho deliberativo decidir se seu fundo de pensão vai continuar no caminho atual ou vai pegar essa bifurcação.
Grande abraço,
Eder.
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