De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Estamos no meio de uma verdadeira “revolução social” que ocorre silenciosamente por sob uma revolução tecnológica mais evidente. A tecnologia está permitindo que pessoas comuns tenham acesso a informações sobre aplicações e investimentos - antes limitadas apenas às pessoas mais abastadas - e façam investimentos no mercado de ações, muitas vezes, sem sequer ter conta corrente em algum banco. Vemos hoje as pessoas discutindo investimentos nas mídias sociais, trocando ideia sobre ações por meio de chats, comunidades e fóruns de discussão. Vemos jovens fazendo “trading” e investindo em ações através de plataformas como Robinhood, eToro e Coinbase, baixadas em seus celulares. Vemos a galera de baixa renda comprando apenas uma única ação da Amazon, nos EUA, pegando carona no crescimento das bigtech. A democratização dos investimentos é algo grande, maior até do que a chegada das cryptmoedas.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
A democratização dos investimentos e a inclusão financeira vão alçar à economia (digital) um enorme contingente de pessoas que vive atualmente na informalidade, à margem do sistema financeiro, sem acesso a empréstimos, sem acesso a seguros, sem acesso a poupança, sem acesso a previdência complementar. Uma turma cuja maior batalha é pelo pão nosso de cada dia, que tinha até aqui uma baixa perspectiva de pegar o elevador para o andar de cima da pirâmide social. Essa democratização vai afetar em cheio a previdência complementar, cuja concepção ultrapassada (podia fazer sentido no passado, não faz mais) focava apenas no camarada desatendido pela previdência social, aquela turma que tem renda maior que a média da população e um emprego formal. Para aqueles que estão por dentro da economia digital, existem hoje 15.000 plataformas emissoras de tokens (representação no blockchain de um ativo do mundo real), em breve serão 1 milhão, qualquer loja da esquina vai emitir sua própria cryptomoeda, tipo os programas de fidelidade atuais, sabe? Quando a quantidade de classes de ativos explodir e o quarto de um barraco em uma comunidade qualquer puder ser representado digitalmente, tipo uma NFT, uma economia hoje invisível será formalizada da noite para o dia. Sob uma perspectiva mais altruísta, a inclusão financeira se alinha com o movimento “build back better” (“reconstruir visando o bem”, em tradução livre) voltado para uma recuperação econômica, pós-pandemia, que beneficie a todos e nos leve a um mundo melhor.
CONCLUSÃO:
A previdência complementar passará a ter um público-alvo infinitamente mais amplo, passará a requerer soluções sob medida para a pluralidade de situações que fazem um individuo ser diferente do outro e tornará o vínculo empregatício irrelevante para os fundos de pensão. Uma revolução e tanto! Uma não, várias ...
Grande abraço,
Eder.
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