De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Os dois bilhões de adolescentes e jovens adultos nascidos depois de 1995 são descomprometidos, não se deixam levar por truques de marketing e dão forte apoio a “cultura do cancelamento” – eles simplesmente “desligam” aquilo que consideram publicamente problemático. Eles valorizam transparência, autenticidade e são “radicalmente” inclusivos, 76% deles se consideram ativistas na luta contra as mudanças climáticas. A Gen Z já cancelou marcas conhecidas e famosas, poderiam investidores institucionais como os fundos de pensão ser a próxima vítima?
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Essa turma consome marcas que promovem valores alinhados aos deles, tipo produtos ecológicos, bens alternativos ao consumo desenfreado, veganismo, justiça social, diversidade etc. Com uma habilidade sem precedentes para checar informações, a Gen Z não se deixa convencer facilmente e é particularmente atenta as práticas de greenwashing e pinkwashing – eles acabaram de cancelar a autora do Harry Potter, a J. K. Rowling, considerada um ídolo pelos Milênios, depois dela ter apoiado uma pesquisadora transfóbica que questionou a legitimidade da identidade transgênero. Por que esses jovens investidores, acostumados a desintermediação, já tendo visto um sem-número de intermediários desparecer diante de seus olhos (tipo gravadoras de musica, contas bancarias etc), optariam por investir sua poupança de longo prazo em nossos planos de previdência complementar do jeito que funcionam hoje? Será que eles não veriam os fundos de pensão como intermediários desnecessários entre o investimento de longo prazo deles e seu proposito? Eles estão escolhendo onde colocar o dinheiro deles por razões que vão muito alem (apenas) dos retornos, eles escolhem baseados na reputação da marca e num conjunto compartilhado de valores. Gastar saliva no website do seu fundo de pensão apenas mostrando preocupação com os aspectos ESG, sem reportar os riscos das mudanças climáticas pelo TFCD, provavelmente não vai funcionar por muito tempo. Ter meros 18% dos assentos ocupados por mulheres nos conselhos deliberativos dos fundos de pensão (pesquisa Mercer de 2018) como diria Boris Casoy: "... é uma ver-go-nha".
CONCLUSÃO:
Existe o risco real da Gen Z simplesmente decidir que não precisa dos fundos de pensão da maneira como eles operam hoje ...
Grande abraço,
Eder.
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