De São Paulo,SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Elas podem ainda não fazer parte do nosso dia a dia, não ser predominantes como meio de pagamento no sistema financeiro nem integrar o portfolio de investimentos do cidadão comum, mas estão a caminho de se tornar todos esses três. As cryptomoedas estão no mesmo estágio de aceitação que as ações das empresas de Internet no início dos anos 90, quando a web era nova e muitos a viam com ceticismo. Como classe de ativos valem US$ 2 trilhões, menor do que o mercado de ações da França ou da Índia, mas você sabe que elas vieram para ficar quando governos se apressam para cobrar impostos sobre elas. Na lei de orçamento enviada ao congresso dia 28 de março passado o governo Biden propôs modernizar as regras de reporte e contabilidade em torno desses ativos, aplicando a marcação a mercado para tributá-los, de olho em US$ 11 bilhões em novas receitas até 2032.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
O setor de seguros dos EUA, segmento irmão da previdência complementar, já tem produtos para proteger quem investe em cryptomoedas, aceita crypto para o pagamento de prêmios de seguro, possui cryptos em seus balanços e investe em empresas de tecnologia de investimentos e serviços para bitcoin. A Gemini – uma custodiante e corretora de cryptomoedas – fez uma pesquisa online em 20 países, com 29.293 adultos na faixa de 18 a 75 anos de idade, no Brasil foram 1.700 pessoas, com renda anual de US$ 14 mil ou mais. Os resultados publicados no relatório “Global state of crypto report 2022” me surpreenderam, veja porque: 1) O Brasil, empatado com a Indonésia, despontou como líder global na adoção de cryptomoedas, 41% dos respondentes disseram ter alguma, nos EUA foram 20%, no Reino Unido 18% e na Franca 16%; 2) Dentre os que disseram pretender comprar crypto no próximo ano, 55% (maioria) são mulheres; 3) A maioria dos respondentes no Brasil disseram que cryptomoedas são o futuro do dinheiro, foram 66% contra 23% nos EUA; 4) O brasileiro é um dos que mais confia nas cryptomoedas, entre os que (ainda) não compraram, somente 12% disseram que foi por causa de confiança, contra 33% nos EUA e Europa; 5) O brasileiro não esta nem ai para o governo, entre os que não compraram crypto, somente 13% disseram que foi por não serem protegidas pelo governo como outros ativos, contra 20% nos EUA e Europa; 6) A maioria das pessoas na America Latina compra para manter como investimento de longo prazo, foram 84% contra 74% na Europa onde fazem trading constante. Os gestores de ativos dos fundos de pensão brasileiros deveriam estar prestando atenção nisso, ao invés de sentar em cima de títulos públicos achando que essa festa dos juros será eterna ....
CONCLUSÃO:
Você pode não entender como funcionam as cryptomoedas, mas você também não entende como funciona seu e-mail certo? Não se preocupe com o mecanismo, se preocupe com o que está acontecendo.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Axios Crypto, escrito por Brady Dale
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