De SãoPaulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
O conselho de administração do Twitter tinha duas escolhas: continuar lutando contra Elon Musk ou deixar de resistir. Optou por essa última, declarou vitória (?) e pegou o caminho da roça. O board do Twitter tinha motivos para rejeitar a oferta de Musk, mas adotou posição totalmente defensiva. Aceitou a oferta em dinheiro vivo, com um prêmio descente, sem uma oferta rival. Inicialmente o conselho havia recepcionado bem Elon Musk, oferecendo assento no colegiado depois dele divulgar deter 9,2% do controle, mas se fechou e adotou medidas defensivas (poison pill) quando Musk rejeitou se sentar em volta da mesa e preferiu o takeover. Na quinta-feira, após anunciar que usaria $$$ do bolso junto com um empréstimo do Morgan Stanley, o conselho do Twitter capitulou.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Ainda não sabemos exatamente o que aconteceu por trás dos bastidores, mas Musk nunca aumentou sua oferta e o board foi incapaz de fazer um acordo que permitisse ao Twitter “ir às compras” e procurar ofertas melhores. Juntando o quebra cabeça, sabemos que: 1) Ao enviar a carta com sua oferta inicial, Musk declarou “eu não confio nos gestores (da empresa)” – leia-se, no CEO Parag Agrawal - o Twitter é conhecido por uma cultura, tipo, “descontraída” e Musk é famoso pelo notório estilo de micro gestão; 2) A obrigação fiduciária do conselho era focar na performance financeira e no preço das ações, mas desde o lançamento a US$ 45, as ações do Twitter andaram de lado, mostrando a inabilidade histórica da empresa gerar lucro. Se os acionistas tivessem qq esperança de valorização seguindo a trajetória de outras plataformas (gráfico acima) não teriam aceitado a oferta de Musk; 3) No dia 16 de abril Musk twittou: “o board do Twitter não possui coletivamente quase nenhuma ação, objetivamente, o interesse econômico dele está simplesmente desalinhado com o dos acionistas; 4) no mesmo dia o co-fundador do Twitter, Jack Dorsey, twittou: “o conselho de administração tem sido, consistentemente, a parte disfuncional da cia”; 5) o movimento de Musk expos o conselho do Twitter que ao invés de disruptivo estava mais interessado em manter o status quo, ignorando sua responsabilidade fiduciária de maximizar o valor dos acionistas e agir no melhor interesse da cia. 6) uma matéria do New York Post: aqui, expos os 10 membros do conselho lutando contra a oferta de Musk, publicou suas fotos, seus perfis, o que estavam fazendo e o que estavam twittando.
CONCLUSÃO:
Formado por gente do Vale do Silício, gurus do varejo, acadêmicos, filantropos e ex-funcionarios de alto escalão do governo, o conselho de administração parece explicar muito do que estava rolando no Twitter. E o conselho do seu fundo de pensão, o que anda rolando por ai? Da noite para o dia, tudo pode mudar! ¯\_(ツ)_/¯
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Axios AM, escrito por Mike Allen e These are the Twitter board members fighting Elon Musk's takeover bid, escrito poor Isabel Vincent e David Kaufman.
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